Temas gerais


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1- O PRECONCEITO EM RELAÇÃO À FILOSOFIA (resumo do texto páginas  4, 7,8)

 

  1º texto: Ideias que as pessoas têm da filosofia

 

       Filosofia é algo muito difícil e que, por isso mesmo, só pode ser praticada por pessoas de inteligência privilegiada, sendo inacessível aos simples mortais.

       Filosofia é coisa de gente doida, que vive no mundo da lua e que só preocupa com assuntos abstratos.

       A filosofia nada tem a ver com a vida prática.

       Todas essas opiniões, na realidade, são em certa medida, expressão de um preconceito em relação a filosofia. Por que preconceito? Porque em geral são opiniões emitidas apressadamente, precipitadamente, sem a preocupação de examinar com o devido cuidado o assunto sobre o qual se esta opinando.

 

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3ª série 1º bimestre

      

Tales de Mileto: o distraído

 

            O preconceito e a hostilidade em relação à Filosofia não são algo novo, recente, mas ao contrario remontam ás origens da Filosofia na Grécia Antiga.

            Dizia-se que Tales ficava tão concentrado quando contemplava o céu que costumava cair nos buracos que se encontravam em seu caminho.

            Tales passou para a posteridade como um dos sete sábios da Grécia; na política, empenhou-se em organizar as cidades gregas da Jônia para enfrentar os persas; como engenheiro, quis desviar o curso de alguns rios para fins de irrigação; como pesquisador, investigou as causas da inundação do rio Nilo, previu um eclipse solar, como matemático e geômetra, teria descoberto um método para medir a altura de uma pirâmide do Egito, do qual teria derivado o famoso “teorema de Tales”

            Segundo Aristóteles, foi o primeiro a dar uma resposta racional, isto é, sem recorrer aos mitos, para a pergunta que mais incomodava os pré-socráticos: Qual o elemento primordial que dava origem a todas as coisas? Para Tales esse elemento era a água, por ela estar presente nos elementos necessários à vida.

            A partir do exemplo de Tales, que a filosofia não está pautada pelo imediatismo, mas no aprofundamento das questões e na diversificação das possibilidades de respostas.

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza C. Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3 série 1º bimestre

 

 

 

2º texto: Sócrates aquele que vive nas nuvens/ A morte de Sócrates

 

            Outra célebre vítima do preconceito e da intolerância contra a filosofia foi Sócrates. E neste caso as conseqüências forma muito mais sérias, visto que o levaram á morte.

            Não há uma imagem única de Sócrates, pois todas as informações que temos sobre ele nos chegaram por testemunhos de terceiros, pois, como sabemos ele nada escreveu.

            Enquanto seus amigos, admiradores, e discípulos como Xenofonte e Platão o elogiavam seus críticos o ridicularizavam.

             A crítica mais significativa  foi realizada por Aristófanes que  fez comentários pouco elogiosos sobre Sócrates. Na comédia As nuvens, de Aristófanes, que o retrata como preocupado com questões sem a menor relevância ou utilidade, é chamado de charlatão, um enganador ele é comparado aos sofistas.

            Essa imagem revelava a ideia que a maioria das pessoas tinham a respeito dele e dos filósofos em geral.

Sócrates e os sofistas inauguram um novo período na história da filosofia, em que a reflexão filosófica muda o seu objeto de estudo.

            A morte de Sócrates é um dos temas mais belos da história da filosofia. De acordo com Platão as acusações contra Sócrates foram: fortalecer o  argumento mais fraco e ensinando essas mesmas coisas aos outros, corromper a juventude e descrê dos deuses do Estado, crendo em outras divindades novas, levado a julgamento, foi condenado a morte.

            No fundo, Sócrates foi condenado porque na democracia ateniense, os assuntos mais importantes da vida da cidade eram decididos em assembléias, nas quais cada cidadão poderia expressar livremente sua opinião, ora o que Sócrates fazia com sua dialética era justamente por em cheque as opiniões.

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza C. Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3 série 1º bimestre

           

Situação de aprendizagem 2 Filosofia: definição e importância para o exercício da cidadania

 3º Texto- Todos os homens são filósofos

 

            Antonio Gramsci alertava sobre a necessidade de se combater o preconceito de que a Filosofia é uma atividade intelectual muito difícil. Isso porque para ele num certo sentido “todos os homens são filósofos”, pois de algum modo, todas as pessoas, sem distinção lidam, convivem, trabalham com a filosofia e a utilizam no seu dia-a-dia.

            A filosofia está presente na linguagem porque esta não é pura e simplesmente um amontoado de palavras. Ao contrário, ela é um conjunto de noções e conceitos determinados. Para Gramsci linguagem significa também cultura filosófica.

            O senso comum é o conjunto de valores e crenças, opiniões que constitui a nossa visão de mundo e que orienta nossas ações viveu de uma determinada maneira, acreditamos em certos grupos de valores, sem, no entanto nos preocuparmos em fundamentar nossas opiniões.

            O bom senso por sua vez é algo que se contrapõe ao senso comum e, nesse sentido, coincide com a filosofia, portanto, devem ser compreendidos e enfrentados também de forma racional, para obter uma orientação consciente para a ação.

            A filosofia está presente em todas as dimensões da vida humana. Afinal toda a atividade humana, mesmo aquelas que são predominantemente práticas é sempre acompanhada de um saber.

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza C. Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3 série 1º bimestre

 

 

4º Texto: Filósofos e Filósofos 3º ano

 

            Se todos os homens são filósofos, como quer Gramsci, qual é, então, a diferença entre o filosofar de uma pessoa comum e o de um filósofo profissional?

            Trocando em miúdos, podemos dizer que o filósofo especialista: pensa reflete, raciocina observando mais cuidadosamente as regras da lógica e os procedimentos metodológicos que utiliza.

            Mas se existe essa diferença entre o filósofo especialista e o não especialista, por que então afirmar que todos os homens são filósofos? Justamente para combater aquele preconceito de que a filosofia é uma atividade restrita a uma minoria.

            É importante perceber que a propagação desse preconceito cumpre uma função política conservadora, na medida em que afasta a filosofia do contato com as massas.

 

            Alem disso, cabe afirmar que todos os homens são filósofos para deixar claro que todas as pessoas são potencialmente capazes de avançar de um filosofar espontâneo, para um filosofar mais elaborado e rigoroso. Para isso, é necessário que a Filosofia e os filósofos estejam em permanente contato com o povo, a fim de ajudarem a promover um avanço cultural de massa e não apenas de pequenos grupos intelectuais.

 

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza C. Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3 série 1º bimestre

 

5º Texto: O que é, afinal, a Filosofia?

 

            Comecemos pela origem da palavra. Filosofia vem do grego (philo = amigo ou amante + sophia = saber, sabedoria) e significa amor ou amizade pelo saber. Quem ama sente-se carente do objeto amado e, por isso, vai à sua procura. No caso do filósofo, como o objeto de seu desejo é o saber, o conhecimento, é este que ele busca.

            Por essa sua natureza dividida, Amor está no meio entre a sabedoria e a ignorância. A sabedoria é a condição daquele que já possui o saber e, por isso, não sente necessidade de buscá-lo. É o caso dos deuses. Por isso os deuses não filosofam. Os ignorantes, por sua vez, embora nada saibam, julgam saber o suficiente e, por isso, não anseiam por saber mais. Logo, também não filosofam.

           

            Mas o saber que o filósofo almeja não é de um tipo qualquer. Não é, por exemplo, aquele do senso comum que se expressa como opinião e ao qual os gregos antigos denominavam doxa. O saber buscado pelo filósofo é sophia, isto é, um saber bem fundamentado,  amparado em demonstrações racionais consistentes e passível de ser considerado verdadeiro, independentemente das opiniões particulares. Não fosse assim o termo philosopho (amante do saber) deveria ser substituído por philodoxo (amante da opinião).

 

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza C. Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3 série 1º bimestre

6º Texto: A Filosofia como reflexão

 

            A palavra filosofia significa busca do conhecimento, verdadeiro. A forma como a filosofia utiliza dessa busca da verdade é por meio da reflexão mais o que é reflexão. Mas o que é refletir?

            Segundo Dermeval Saviani: “se toda reflexão é pensamento nem todo pensamento é reflexão”. O pensamento é um ato corriqueiro, que realizamos descompromissadamente a todo instante.

            A reflexão por sua vez, é uma atitude mais comprometida, que implica pensar mais profundamente sobre um determinado assunto, submetendo-o à dúvida,à critica, buscando seu verdadeiro significado.

            Acontece que nem toda reflexão é filosófica, para isso ela precisa satisfazer, ao mesmo tempo, três exigências (radical, rigorosa, ser de conjunto).

            Além disso, vale lembrar que filosofar implica questionar o senso comum. Para tanto, é preciso utilizar certos conceitos e teorias necessários para a compreensão mais aprofundada dos temas sobre os quais vai se refletir.

            É dessa forma, estudando o pensamento dos filósofos e nos exercitando mais e mais na pratica da reflexão, que nos tornamos cada vez mais filósofos.

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza C. Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3 série 1º bimestre

 

7º Texto: Para que serve a Filosofia?

 

            Afinal qual a utilidade da filosofia?

            Vivemos num mundo que valoriza as explicações imediatas do conhecimento. O senso comum aplaude a pesquisa científica que visa à cura do câncer ou da AIDS; a matemática no ensino médio seria importante por cair no vestibular; a formação técnica do advogado, do engenheiro, do fisioterapeuta prepara para o exercício dessas duas profissões. Diante disso, não é raro que alguém se indague: para que estudar filosofia se não vou precisar dela na minha vida profissional?

            De acordo com essa linha de pensamento, a filosofia seria realmente inútil, já que não serve para nenhuma alteração imediata de ordem prática. No entanto a filosofia é necessária. Por meio daquele olhar diferente, ela busca outra dimensão da realidade além das necessidades imediatas nas quais o indivíduo encontra-se mergulhado: ao tornar-se capaz

 de superar a situação dada e repensar o pensamento e as ações que ele desencadeia, o individuo abre-se para a mudança.

Maria Lucia de Arruda Aranha, Maria Helena Pires Martins Filosofando Introdução a Filosofia

 

 

  SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3

A CONDIÇÃO ANIMAL COMO PONTO INICIAL

NO PROCESSO DE COMPREENSÃO SOBRE O HOMEM

 

8º texto: O homem: um ser entre os demais seres da natureza

O ser humano entre dois mundos

 

            Comecemos nossa busca comparando o corpo humano ao de outros animais. Veremos que nosso corpo não é tão capacitado quanto o deles para enfrentar uma série de dificuldades. Como ilustra o arqueólogo australiano Gordon Childe (1892-1957), o homem não tem, por exemplo, um corpo peludo como o do urso, para manter o calor corporal num ambiente frio. O corpo humano também não é excepcionalmente bem adaptado, como o de alguns animais, à fuga, à defesa, própria ou à caça. Não tem a capacidade de correr como uma lebre ou um avestruz. No entanto conclui Gordon Childe:

            O ser humano pode ajustar-se a um número maior de ambientes do que qualquer outra criatura construir ferramentas que modificam sua posição no mundo em que vive (armas, trens, automóveis, casas, roupas). Mas essas ferramentas não são parte do corpo do homem, eles não ser herdados no sentido biológico. O conhecimento necessário para sua produção e uso é parte de nosso legado social.

            Assim, diferentemente dos outros animais os homens não são apenas seres biológicos produzidos pela natureza. Os homens são também seres culturais que modificam o estado de natureza, isto é a condição natural das coisas, definida pela natureza.

Gilberto Cotrim Fundamentos da Filosofia

             

9 ºtexto: Pascal e Descartes: o que dizem os dois filósofos

 

            Os dois autores trazem a ideia de que nossa natureza contempla a existência de um corpo com o qual sofremos e nos relacionamos com os demais seres da natureza.

            A grande diferença está no fato de que Pascal acrescenta, em sua argumentação, a ideia de que, juntamente com a consciência de nosso corpo, deparamo-nos com a consciência de que nada somos no conjunto da natureza.

            Os desafios associados ao fato de termos um corpo são prazerosos e dolorosos também. Ter um corpo exige alimentá-lo, e a fome é processo doloroso, e vivemos uma sensação de prazer quando saciamos a fome. Da mesma forma, várias outras necessidades de nosso corpo implicam dor e prazer. A saúde é uma exigência para bem-estar de nosso corpo. A satisfação sexual e o desejo de reprodução podem ser citados como desafios impostos pelo nosso corpo também. Movidos por este desafio de satisfação de nossa sexualidade, procuramos parceiros nos quais confiar e compartilhar amorosamente.

            O fato de termos um corpo nos traz ainda o desafio de compartilhar espaços, o que vem se tornando cada vez mais complexo, sobretudo nos grandes centros urbanos.

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza C. Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3 série 1º bimestre

 

Situação de aprendizagem 4

A linguagem e a língua como características que identificam a espécie humana

 

10º texto:  Linguagem e comunicação

 

            Alguns estudiosos entenderam que o fator determinante da transição da natureza-cultura é a linguagem. Trata-se de umas corrente que entende o ser humano fundamentalmente como um ser linguístico. Para ilustrar essa concepção, o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss fez o seguinte exercício de imaginação.

            Suponhamos que num planeta desconhecido encontremos seres vivos que fabricam utensílios. Isso não nos dará a certeza de que eles se incluem na ordem humana. Imaginemos, agora, esbarrarmos com seres vivos que possuam uma linguagem que, por mais diferente que seja da nossa, possa ser traduzida para nossa linguagem- seres, portanto, com os quais poderíamos nos comunicar. Estaríamos, então, na ordem da cultura e não mais da natureza.

Levi –Strauss, Claude. Culture et language. Apud Cuvillier, Arnoud. Sociologia da cultura, p. 2

 

            Assim segundo esse antropólogo, o que teria distanciado definitivamente o homem da ordem comum dos animais – animal que Le também é e nunca deixará de ser – e permitido a sua entrada no universo da cultura seria o desenvolvimento da linguagem e da comunicação.

            De fato, a linguagem constitui uma das dimensões mais importantes da cultura, pois ela que permite o intercâmbio das experiências e as aquisições culturais.

Gilberto Cotrim Fundamentos da Filosofia

 

 

 

11º texto: O PODER DAS PALAVRAS   Fernando Martins - ofernando@globo.com

            Platão filósofo grego que viveu na antiga Grécia entre os anos 427 e 347 a.C, disse que a linguagem é como um pharmakon.

         O termo grego pharmakon, que originou a palavra pharmáco, daí a nossa palavra farmácia, possui três sentidos principais. São eles: remédio, veneno, e cosmético. Platão considerava que a linguagem poderia ser um remédio para o conhecimento, pois entendia que pelo dialogo que trocamos ideias, ouvimos opiniões, descobrimos e aprendemos coisas novas com os outros. É através da comunicação entre semelhantes que podemos ver o quanto ignoramos coisas e assim, ampliar nossos conhecimentos.

             Disse também ser a linguagem um veneno. Por que veneno?

            As palavras seduzem quando ditas de forma segura a quem ignora o assunto que está sendo tratado. Aqui voltamos a Platão e veremos porque a linguagem se torna um veneno. Um veneno que seduz e nos faz aceitar fascinados o que vimos ou lemos sem indagar se as palavras são verdadeiras ou falsas.

            Hoje em dia, vemos em vários setores da sociedade, a palavra sendo utilizada como uma linguagem venenosa, pois envolve a quem a ouve, fazendo-o acreditar e seguir, ceder, aceitar, se colocar à disposição de quem as expressa. A classe dos eleitores que o digam... Seguindo nesta mesma linha de raciocínio, podemos também nos defender deste veneno, quando indagamos, pedimos provas, duvidamos do que ouvimos. Neste caso, aquele que utiliza da palavra como forma de linguagem sedutora, inicia, então, um novo discurso, utilizando a palavra no outro sentido dado por Platão; o sentido de cosmético, maquiagem, máscara... Espertamente se esquivando, tentando manter uma mentira maquiada, uma ilusão mascarada de verdade

            A palavra, como vimos, tem o poder de esclarecer como o de enganar. De revelar assim como esconder. No nosso dia-a-dia podemos perceber que as palavras ditas pelo outro nos atingem seja de forma agradável ou não. O efeito que ela produzirá em nós dependerá de nossa capacidade de absorvê-la, compreendê-la. E manter ou não aquela sintonia. Temos de ter sempre em mente que a palavra tem o poder tanto de construir como de destruir, de revelar e esconder, de expressar o bem e o mal. Todos nós temos a capacidade da fala e utilizá-la da melhor maneira para benefício de si mesmo e do outro, cabe a cada um optar.

 

Os sofistas: Protágoras e Górgias

 

 

            Em meados do século V a.C em Atenas, um grupo de intelectuais escandalizou os filósofos da época ao fazer do saber uma profissão, oferecendo aulas de retórica e de eloquência aos jovens da classe dirigente que pretendiam dedicar-se a carreira política. Esse grupo chamado de sofista, do grego sophistés, que significa sábio. Como os atenienses de boa condição social achavam indecoroso pagar para serem servidos, os sofistas foram tratados com desprezo pela elite intelectual.

 

 

Tema 1 3º ano 2º bimestre aula 1: origem e caracterização do discurso filosófico

 

Situação de aprendizagem  1: filosofia e religião

 

 

            Vamos aprofundar a compreensão sobre as características do discurso filosófico, com destaque para a relação entre a filosofia ou ainda filosofia e religião. Com a ajuda de historiadores da filosofia, contextualiza-se a origem da filosofia como processo em diálogo e não ruptura com a mitologia.

            No 1º bimestre, vimos que a Filosofia é um campo que sofreu e sofre preconceitos, a Religião, por sua vez, também é um tema esquecido na trajetória escolar de muitas pessoas.

            Neste texto, vamos pensar as possibilidades de relacionamento entre Filosofia e Religião, com base no pressuposto de que ambas representam uma elaboração de extrema importância para a humanidade, sem valorizar mais uma do que outra.

              Pode-se apontar como aspectos comuns aos discursos filosóficos e religiosos a preocupação com a busca de explicações sobre causas e motivações para fenômenos, com respostas de natureza diferentes, é claro. Pode-se indicar ainda como traço comum aos dois discursos a preocupação por construir narrativas para ensinar a justiça e a virtude.

            O texto de Kant tem como objetivo distinguir dois tipos de conhecimento: o puro e o empírico. O texto Eros e Psique têm como objetivo apresentar uma história capaz de estabelecer a relação entre o amor e a alma.

            No texto de Kant temos a distinção entre os dois conhecimentos apresentada por de argumentos lógicos. No texto sobre Eros e Psiquê, temos uma narrativa descritiva de relações entre personagens com enredo específico para explorar os vínculos entre Eros, personagem associado ao amor, e Psiquê, personagem associada à alma.

            No texto de Kant, temos hipóteses e questões, elementos que não estão presentes no texto sobre Eros e Psiquê. Por sua vez, neste último, temos personagens em relações de conflitos e descrições de situações relacionais que envolvem deuses e humanos, elementos ausentes no texto de Kant.

 

Paulo Miceli, Adilton Luis Martins e Luiza C. Cahristov caderno do professor. Filosofia: ensino médio 3 série 1º bimestre

 Aula 2 TEMA 2: 3º ANO 2º BIMESTRE

O homem como ser político

 

         Filosofia política é o estudo de como organizamos nossas sociedades – o modo como realmente o fazemos e o modo como poderíamos fazê-lo para torná-las melhores. Todos conhecem os conceitos-chave da política: liberdade, igualdade, justiça, direitos etc. O desafio da filosofia política é descobrir o que esses termos significam e o que podemos fazer para colocá-los em prática de modo articulado.

            Vamos pensar o ser humano como um ser político. Partindo das diferentes conotações que a palavra política assume no imaginário dos brasileiros.

            O objetivo é que a conversa sobre os diferentes significados da palavra política favoreça a recuperação de memória sobre política nas experiências de vida de cada um de nós. Como teria surgido a referência á política na história da filosofia?

            No mito narrado por Protágoras, a saber, a ordem de Zeus para que todo o homem incapaz do pudor e justiça fosse exterminado como uma peste na sociedade.

            O pudor permite que os homens não abusem do poder, não pratiquem ações que possam ser condenadas pelos demais cidadãos e evitem, assim, atitudes que possam causar vergonha perante a cidade. A noção de justiça permite identificar ações adequadas as a cada situação e a cada cidadão sem prejudicar alguém em favor de outrem, e vice-versa. Pudor e justiça são capazes de frear atitudes de abuso do outro.

            Em exemplo de nosso cotidiano: o pudor de um estudante diante dos seus colegas ou dos mestres e pais aliado ao senso de justiça pode impedir trotes violentos ou humilhações a colegas. ideia de que não farei ao outro o que não quero que façam a mim pode conter medida de justiça favorável a uma conduta ética.

 

 

 

Aula 3 3º ano Política como parte da natureza humana

 

            O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C) afirmou que o ser humano é por natureza um ser social, pois, para sobreviver, não pode ficar completamente isolado de seus semelhantes.

            Assim, constituída por um impulso natural do ser humano, a sociedade deve ser organizada conforme essa mesma natureza humana. O que deve guiar então, a organização de uma sociedade? É a busca de um determinado bem correspondente aos anseios dos indivíduos que a organizam.

            Para Aristóteles, a organização social adequada à natureza humana é a pólis: “a cidade (pólis) encontra-se entre as realidades que existem naturalmente, e o homem é por natureza um animal político” (Política, p. 15).

            A pólis grega, portanto, é vista pelo filósofo como um fenômeno natural. Por isso, o ser humano em seu sentido pleno é um animal político, isto é, envolvido na vida da pólis. Assim, Aristóteles toma um fenômeno social característico da Grécia como modelo natural de todo o gênero humano.,

            Aristóteles também entende que a cidade tem precedência sobre cada um dos indivíduos, uma vez que, isoladamente, o individuo não é autossuficiente, e a falta de um individuo não destrói a cidade.

            A política é uma continuidade da ética, ou melhor, a ética é entendida como uma parte da POLITICA. A ética dirige-se ao bem individual, enquanto a política volta-se para o bem comum.

 

 

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