Conceitos sobre Ética
Situação de Aprendizagem 1 2º ano 1º Bimestre
– O eu racional
Texto complementar: René Descartes (1596-1650):
Duvida metódica e o cogito (Gilberto Cotrim)
Descartes
afirmava que, para conhecer a verdade, é preciso, de início, colocar todos os
nossos conhecimentos em dúvida. É necessário questionar tudo e analisar,
criteriosamente, se existe algo na realidade de que possamos ter plena certeza.
Fazendo
uma aplicação metódica da dúvida, o filósofo foi considerando como incertas
todas as percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos
materiais. E prosseguiu assim, colocando cada vez mais em dúvida a existência
de tudo que constitui a realidade e o próprio conteúdo dos pensamentos.
Finalmente,
estabeleceu que a única verdade totalmente livre de dúvida era a seguinte: meus pensamentos existem. E em seguida
observou que a existência desses pensamentos se confundia com a essência da sua
própria existência como ser pensante. Disso
decorreu a célebre conclusão de Descartes: cogito ergo sum (em latim) ou penso logo
existo.
Para
Descartes, esse Penso, Logo existo seria uma verdade absolutamente firme, certa
e segura, que, por isso mesmo, deveria ser adotada como principio básico de
toda a sua filosofia.
O
termo pensamento utilizado por Descartes tem um sentido bastante amplo,
abrangendo tudo o que afirmamos, negamos, sentimos, imaginamos, cremos e
sonhamos. Assim, o ser humano era, para ele, uma substancia essencialmente
pensante.
Da
afirmação cartesiana ”Penso, logo existo”, que ficou conhecida como cogito, podemos extrair esta importante
conseqüência ou corolário (proposição ou sentença que se deduz de uma outra): o
pensamento (consciência) é algo mais certo que
própria matéria corporal. Note-se quer é a partir do penso que ele
conclui “logo existo”.
Baseando-se
nesse pensamento toda a filosofia posterior que sofreu influencia de Descartes
assumiu uma tendência idealista, isto é, uma tendência a
valorizar a atividade do sujeito pensante em relação ao objeto pensado. Em
outras palavras, uma tendência a ressaltar a prevalência da consciência
subjetiva sobre o ser objetivo, “e a
considerar a matéria como algo apenas conhecível, se é que o que é, por dedução do que se sabe da
mente.”
Descartes
foi, portanto um racionalista convicto. Recomendava que desconfiássemos das
percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos freqüentes erros do
conhecimento humano. Dizia que o verdadeiro conhecimento das coisas externas
deveria ser conseguido através do trabalho lógico da mente. Nesse sentido,
considerava que, no passado, dentre todos os homens que buscavam a verdade nas
ciências, “só os matemáticos puderam encontrar algumas demonstrações, isto é,
algumas razões certas e evidentes.”
Texto 2: O método cartesiano
Da
sua obra Discurso do método, podemos
destacar quatro regras básicas, consideradas por Descartes capazes de conduzir
o espírito na busca de verdade:
- Regra
da evidência- só
aceitar algo como verdadeiro desde que seja absolutamente evidente por sua
clareza e distinção. Estas ideias claras e distintas, Descartes as
encontra na sua própria atividade mental, independentemente das percepções
sensoriais externas. Isso faz Descartes propor a existência das ideias inatas (ideias cujas estruturas
já nascemos com elas), que são plenamente racionais. Exemplo dessas
ideias: as ideias matemáticas, as noções de gerais de extensão e
movimento, a idéia de infinito etc. O exemplo mais célebre de ideia inata cartesiana está expresso na
fórmula: Penso, logo existo.
- Regra
da análise- dividir cada uma das dificuldades
surgidas em tantas partes quantas forem necessárias para resolvê-las
melhor.
- Regra
da síntese- ordenar
o raciocínio indo dos problemas mais simples para os mais complexos.
- Regra
da enumeração- realizar
verificações completas e gerais para ter absoluta segurança de que nenhum
aspecto do problema foi omitido.
Cotrim,
Gilberto, Filosofia Temática/Gilberto Cotrim São Paulo: Saraiva 2008 páginas
150/ 151
Situação
de aprendizagem 2 aula N.º2 2º ano introdução à ética
Texto
3: Moral e ética (2º ano VISCONDINHO)
Os
conceitos de moral e ética, ainda que diferentes, são com freqüência usados
como sinônimos. No entanto, podemos estabelecer algumas diferenças entre eles,
embora essas definições variem conforme o filósofo.
Etimologia:
Moral:
vem do latim mos,
moris, “costume”, “maneira de se comportar regulada pelo uso” e moralis, morale,
adjetivo referente ao que é “relativo aos costumes”.
Ética:
do grego ethos,
‘“costume”.
Moral
é o conjunto de
regras que determinam o comportamento dos indivíduos em um grupo social. De
modo simplificado, o sujeito moral é aquele que age bem ou mal na medida em que
acata ou transgride as regras morais admitidas em determinada época ou por um
grupo de pessoas. Diz respeito à ação
moral concreta, quando nos perguntamos: O que devo fazer? Como devo agir
nessa situação? O que é certo? O que é condenável? , e assim por diante.
Ética
é a reflexão sobre as
noções e princípios que fundamentam a vida moral. Essa reflexão orienta-se nas
mais diversas direções, dependendo da concepção de ser humano tomado como ponto
de partida. Por exemplo, a pergunta o que é o bem e o mal? , respondemos diferentemente
caso o fundamento moral esteja na ordem cósmica, na vontade de Deus ou em
nenhuma ordem exterior à própria consciência humana.
Do
ponto de vista da ética, podemos ainda perguntar: Há uma hierarquia de valores
a obedecer? Se houver, o bem supremo é a felicidade? O prazer? A utilidade? O
dever? A justiça? Igualmente, é possível questionar: os valores são essenciais?
Tem conteúdo determinado, universal, válido em todos os tempos e lugares? Ou,
ao contrario são relativos: “verdade aquém erro além dos Pireneus”, como
critica Pascal? Haveria a possibilidade de superação das posições
contraditórias do universalismo e do relativismo?
Maria
Lucia de Arruda Aranha/ Maria Helena Pires Martins / Filosofando Introdução à
Filosofia páginas 213/214
TEXTO
4: Caráter histórico e social da moral
A
fim de garantir a sobrevivência, o ser humano age sobre a natureza
transformando-a em cultura. Para que a ação coletiva seja possível, são
estabelecidas regras que organizam as relações entre os indivíduos, por isso, é
impossível um povo sem qualquer conjunto de normas de conduta. Segundo o
antropólogo francês Lévi-Strauss, a passagem do reino animal, ao reino humano,
ou seja, a passagem da natureza à cultura, é produzida pela instauração da lei,
por meio da proibição do incesto. Assim se estabelecem as relações de
parentesco e de aliança sobre a quais é construído o mundo humano, que é
simbólico.
Exterior
e anterior ao individuo, há portanto a moral constituída, pela qual o
comportamento é orientado por meio de normas. Em função da adequação ou não à
norma estabelecida, o ato será considerado moral ou imoral. O comportamento
moral também varia de acordo com o tempo e lugar, conforme as exigências das
condições nas quais as pessoas organizam-se ao estabelecerem as formas de
relacionamento e as praticas de trabalho. Á medida que essas relações se
alteram, ocorrem lentas modificações nas normas de comportamento coletivo.
Maria
Lucia de Arruda Aranha/ Maria Helena Pires Martins / Filosofando Introdução à
Filosofia páginas 213/214
Situação de aprendizagem 3 –
aula N.º 4: 2º ano A liberdade.
- O
que vocês entendem por liberdade?
- Quais
são os limites da liberdade?
Destino
e determinismo
A ideia de destino significa que o
homem não pode escolher para onde vai, ou mesmo o que fazer, mesmo que seja
contra a sua vontade. Algo fora dele decidirá, e não há nada que ele possa
fazer para mudar seu
futuro ou alterar seu presente. Esta ideia tem um caráter religioso e pode-se
se dizer que foi introduzida na filosofia pelos estóicos.
No determinismo a liberdade não existe, pois o homem é
sempre determinado, seja por sua natureza biológica, seja por sua natureza
histórica- social. Ou seja, as ações individuais seriam causadas e determinadas
por fatores naturais ou constrangimentos sociais, e a liberdade seria uma
ilusão.
A conclusão que se pode chegar com isso é que são as
escolhas que definem nossa liberdade. Ora se não houvesse liberdade, seriamos
incapazes de mudar a própria vida e tudo dependeria do que está fora de nós.
Mesmo reconhecendo a existência de vários elementos que poderíamos chamar de
causas cabe ao homem entregar-se a eles ou não.
Situação
de aprendizagem 3 – aula N.º5: 2º ano A liberdade de fazer-se
Para
Sartre, a liberdade não se resume ao que podemos escolher. Ela se dá pela
invenção de possibilidades. Nós podemos inventar nossas opções. Mas isso
acontece, sobretudo quando nós inventamos a nós mesmos.
A
mais profunda liberdade é poder escolher o que somos e não apenas o que
fazemos. Nós escolhemos um projeto para nós o que Sartre chama de compromisso.
Nós nos comprometemos com nossos valores, gestos, gostos, sonhos, desejos e
projetos.
A
liberdade exige cada vez mais liberdade. Liberdade de ser o individuo que
queremos. Liberdade de escolha mesmo com limites, a partir de nossa vida, nós
decidimos a criação de outra vida para nós. Podemos sempre repetir: “Não
importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram
de mim”.
Mas
ninguém é livre sozinho. Para nos fazermos e refazermos precisamos dos outros
com as mesmas possibilidades. É a liberdade dos outros que garante a nossa
liberdade.
Quanto
mais livres são os outros, mais livres nós somos. Cada um com a sua liberdade podem
inventar a si mesmo e, assim, reinventar o mundo, as cidades, os grupos,
lembrando, sempre, que a violência entre os homens começa quando alguém não
respeita a liberdade do outro.
Situação de aprendizagem 4 – aula N.º6:
2º ano Autonomia
Normas
da vida
Em
todos os lugares, existem muitas normas, disciplinando quase tudo. Algumas são
escritas; outras nem sequer faladas. Em geral, essas normas foram fritas a
partir da organização dos espaços, segundo a vontade de quem conduziu essa
organização.
Bem
antes de nascermos, já somos submetidos a normas. É importante perceber que,
embora nem sempre as regras ajudem todas as pessoas, são necessárias para o
convívio social e a valorização da vida e da dignidade.
As
normas são criadas pela influência dos costumes das sociedades ou por quem
detém autoridade. Às vezes a obediência a uma lei ou a uma norma pode
significar a perda de uma vida, como acontece no EUA, onde a pena de morte
vigente em muitos
Estados autoriza a execução de criminosos, o que pode levar a
erros irremediáveis.
Cada
norma visa a defender um interesse. Existem normas que procuram proteger a vida
humana, enquanto outras visam a defender o lucro inescrupuloso, como acontece,
com o tráfico de drogas, cujas regras-não escritas - ofendem a dignidade das
pessoas, sem qualquer respeito pela vida e pela sociedade.
Aula N.º 7 2º ano: As regras dento de
nós
Além
disso, há regras dento de nós mesmos, criadas pelas nossas necessidades e pelos
nossos desejos. Temos a necessidade de comer, beber, dormir, fazer amor, se
divertir... Os desejos, em geral, partem das nossas necessidades, mas podem
extrapolá-las, criando necessidades que nem sempre são boas. Por exemplo,
gastar todo o dinheiro do mês por um tênis de marca. Isso extrapola a
necessidade da vida, tornando-se uma necessidade somente do desejo, o que quer
dizer que o desejo pode produzir normas de condita pouco inteligentes ou até
cruéis.
Quando
obedecemos a leis ou a normas que procedem dos desejos ou da necessidade,
vivemos na heteronomia (hetero = de
fora; nomia = norma), quando as normas são produzidas em lugares diferentes da
nossa razão,e é justamente a razão que tem a capacidade de produzir normas que
nos permitem viver nossa liberdade.
Aula N.º8 2º ano A razão e as normas
Quando
a razão procura normas para o bem das pessoas fora do lugar das decisões individuais,
chamamos isso de política, ou seja,
normas que devem ser boas para todos. Quando a razão procura normas boas para
as decisões pessoais, chamamos isso de Ética.
Mas
e o conhecimento? Qual a sua capacidade de ajudar na criação de normas, dentro
e fora de nós? Para começar a perceber essas relações, é importante entendermos
a necessidade de desenvolver nossa inteligência, pois só assim podemos atingir
o eu penso, ou seja, nós mesmos. Entretanto o eu penso é
limitado, porque a razão é limitada. Ela não entende todas as coisas que
experimentamos.
Além
disso, se temos desejos que nos fazem sofrer e paixões que nem sempre sabemos
controlar, onde a razão vai encontrar a solução?
Aula 1 2º bimestre 2 º ano situação de aprendizagem 1 volume 1 Introdução
a teoria do indivíduo
O
que sou?
Discutir
a auto-imagem crítica do indivíduo, com a intenção de reconhecer vários
aspectos de nossa constituição humana, para refletirmos sobre nossa própria
dimensão sócio-histórica.
Com
o intuito de pensar em nossa individualidade e, em certa medida, na
individualidade alheia.
O
indivíduo possessivo – John Locke ( São Paulo faz escola)
De
acordo com a filosofia de John Locke os homens viviam em estado de natural ou
estado de natureza.
Todos
os homens nasciam com três direitos: liberdade, propriedade e garantia de vida.
Desse modo no início dos tempos, lutar ou fugir eram maneiras para defender
esses direitos.
Em
um determinado momento da história, contudo, os homens resolveram fazer um
contrato. Resumidamente, por meio dele, reafirmavam esses direitos naturais.
Alem disso, os homens concordariam que, para evitar que eles fossem usurpados,
deveriam eleger um governo, ao qual caberia defende-lo. Assim, todos deveriam
respeitar a vida, a propriedade e a liberdade, e o governo ou Estado seria
responsável para que não deixasse de acontecer.
E
por que esse pensamento é tão importante? Principalmente porque foi nele que o
capitalismo encontrou uma de suas bases teórica para seu desenvolvimento. Sem
dúvida, uma característica fundamental do capitalismo nascente era a
propriedade individual e o fim da propriedade coletiva. O individuo tornou-se o
centro da atividade econômica e jurídica. Ele consome e produz. Portanto, é
sobre ele que recai toda a responsabilidade ética e política.
Por
isso, toda ação depende necessariamente do indivíduo. O tipo de governo que ele
deixa existir, o tipo de relações sociais sob as quais viverá; enfim, sua
felicidade ou tristeza não compete mais ao rei ou ao senhor feudal, mas somente
ao indivíduo.
Aula 2 2º bimestre 2º ano:O individuo segundo
o utilitarismo
Para
o utilitarismo, o homem é um ser que só é livre quando se desenvolve
intelectualmente e é capaz de fazer escolhas morais, diferentemente dos
preceitos de Locke, que afirmava a liberdade do homem a partir da natureza.
Para
o utilitarismo, o homem é um ser que necessita vivenciar seus desejos e, com
isso, vivenciar o prazer, o fim, último de todos os seres vivos. Para ajudar o
homem, os utilitaristas pensaram em criar uma ciência tão exata quanto à
matemática, até mesmo para dar conta de um de seus problemas fundamentais, qual
seja: como alcançar o prazer sem produzir dor.
De
fato, quando se considera o prazer como finalidade ética, temos aquilo que
chamamos de hedonismo. No entanto o hedonismo utilitarista está
fundamentalmente preocupado com a vida sem sociedade. Portanto, a noção de
prazer e dor deve ser compartilhada, surgindo dessa partilha a verdadeira
moral.
A
diferença social degrada tanto os ricos quanto os pobres. Por isso, a igualdade
deve ser buscada. Ela será mais útil na produção dos prazeres.
Aula 3 2º Bimestre2 ºano situação de aprendizagem 2 volume 2 tornar-se
individuo
Paul
Ricoeur afirma em seu artigo Individuo e Identidade pessoal, que o indivíduo
tem duas dimensões: ser membro de uma sociedade qualquer e, em sentido moral
ser livre e autônomo. Portanto quando falamos em indivíduo, pensamos em um ser
da espécie humana com autonomia e independência.
A
primeira preocupação de Ricoeur é de modo geral como nos individualizamos, como
um homem pode dizer que faz parte da espécie humana, mesmo considerando as
diferenças ente os indivíduos.
O
ponto de partida de Ricoeur é a linguagem, pois é por meio dela que nós
pensamos e dizemos o mundo. Esse ato de dizer o mundo só é possível pela
interpretação, sendo a linguagem a manifestação da interpretação do mundo.
No
entanto, quando falamos, não apenas dizemos como as coisas são, mas criamos
outras. Por exemplo, a promessa só existe pelo ato da fala; ela é uma criação
ética da própria linguagem.
Em
geral o eu aparece completamente imbricado em nossa fala, encaixando em
tudo o que falamos. Este eu que somos está ancorado na história e no tempo
vivido.
A
ipseidade é a fala que usamos para dizer o que pertence apenas ao indivíduo, à
sua singularidade. Aquilo que, entre vários de uma espécie, diferencia um só.
Somos
seres que nos caracterizamos por instituir o mundo pela linguagem. Ademais, ela
nos proporciona o que somos, seres que fazem uso desta linguagem para se
expressar, interpretar e ouvir. Isso significa dizer que a linguagem é capaz de
não apenas dizer o que somos, mas quem somos?
Para
sabermos quem é este eu, o passo seguinte é narrá-lo. Ao narrar, somos
obrigados a dizer a ação desse sujeito. Somos mais densos conforme se aprofunda
nossa linguagem e conforme se aprofunda nossa linguagem e conforme nossas
narrativas de nós mesmos melhoram.
Além
disso, torna-se fundamental pensarmos que nossa narrativa não diz apenas um ser
imutável; ela é uma história de um ser em contínua mudança, pois esse ser se dá
pela ação narrada, e cada ação é diferente, até a mais recente delas. Portanto,
nós somos a nossa história contada e somos leitores de nós mesmos.
Aula
4 2º ano 2º bimestre A sujeição
Conhecimento e
dominação
Para
Michel Foucault (1926-1984), nenhum saber é neutro, como não são neutros os
discursos que os geram, expressam e articulam. A aparente neutralidade dos
discursos e dos saberes funciona como uma capa que esconde o real objetivo
deles: o jogo do poder. A produção dos saberes, assim, inscreve-se no campo
político e é estratégica para o controle social.
Esse
poder controlador não é exercido apenas pelo estado, alerta Foucault. Ele se
estende a toda a sociedade apresentando-se em instituições como escola, igreja,
família, ciência. Está em toda a parte, formando uma rede de relações de força.
Nos
séculos XVII e XVIII, os processos disciplinares assumiriam a formula geral de
dominação exercida em diversos espaços como já fora citado anteriormente. O controle
do espaço, do tempo, dos movimentos foi submetido ao olhar vigilante, que, por
sua vez, introjetou-se no próprio indivíduo.
Portanto,
a noção de verdade para Foucault está ligada ao exercício ou, mais
propriamente, as práticas de poder disseminadas no tecido social. Esse poder
não é exercido pela violência aparente nem pela força física, mas pelo
adestramento do corpo e do comportamento a fim de “fabricar” o tipo de
trabalhador adequado para a sociedade industrial capitalista.
Situação
de aprendizagem 1 3º bimestre 2º ano
Reflexão
sobre humilhação e velhice
Texto
1 a
humilhação social
O objetivo desta situação
de aprendizagem é introduzir o debate sobre a humilhação como resultado da
desigualdade social para, em seguida, discutir a existência e a condição dos i-dosos
em nossa sociedade.
A humilhação é um
sentimento de desigualdade. Para José Moura Gonçalves Filho, do instituto de
Psicologia da USP, a humilhação consiste em uma modalidade de angústia
disparada pelo impacto traumático da desigualdade de classe, isto é, a angústia
que sofre quando alguém se depara com um abismo chamado desigualdade, o que
corresponde à percepção de que, enquanto um está em posição superior, o outro
se coloca em posição inferior.
A desigualdade
experimentada do lado de fora é
internalizada como sofrimento, ao quais muitas pessoas já estão habituadas.
Dessa maneira, além da humilhação
crônica, que atinge os pobres, como resultado das desigualdades econômicas
e políticas experimentam-se uma espécie de angústia assumida pelo humilhado nas
mais variadas manifestações de sua existência.
Mas quando uma pessoa é
humilhada? Quando se mostra a ela uma diferença que a põe em uma situação de
inferioridade. Por exemplo, quando um chefe grita com o funcionário, quando um
adulto ou jovem ignora ou maltrata um idoso, quando uma mulher é agredida pelo
marido, quando uma pessoa mais forte ameaça outra menos forte. Enfim, existe em
nossa sociedade uma hierarquia constante que leva o humilhado a sentimentos que
o agridem, como o susto, medo, pavor, tristeza, ódio, culpa, solidão, os quais,
muitas vezes, são interiorizados pelas pessoas.
Na sociedade, todos são,
em alguma medida, humilhados, mas, no caso das pessoas mais pobres, isso pode
ser constante e ocorrer da infância a velhice. A humilhação contínua vais se
acumulando e moldando as pessoas, levando-as a ter uma baixa autoestima e o
tornando-as menos sensíveis, menos solidárias e até mesmo violentas.
Texto 2 2º ano 3º bimestre : A velhice (Simone Beauvoir)
(São Paulo faz escola) caderno do professor 2ºano 3ºano)
Simone
de Beauvoir (1908-1986) procurou refletir sobre a exclusão dos idosos em sua
sociedade, mas do ponto de vista de quem sabia que iria se tornar um deles,
como quem pensava o próprio destino. Para ela, um dos problemas da sociedade
capitalista está no fato de que cada indivíduo percebe as outras pessoas como
meio para realização de suas necessidades: proteção, riqueza, prazer, dominação.
Desta forma, nos relacionamos com outras pessoas, priorizando nossos desejos,
pouco compreendendo e valorizando suas
necessidades.
Esse processo aparece com
nitidez em nossa relação com os idosos. Em seu livro, a pensadora que há uma
duplicidade na relações que os mais jovens tem como os idosos, uma vez que, na
maioria das vezes, mesmo sendo respeitado por sua condição de pai ou de mãe,
trata-se o idoso como uma espécie de ser inferior, tirando dele suas
responsabilidades ou encarando-o como culpado por sobrecarga de compromissos
que imputa a filhos e netos.
Mesmo em situações de
proteção, podem-se ter processos de humilhação quando, sem a devida atenção
sobre as reais condições que apresentem os idosos para resolver com autonomia
seus problemas, os mais jovens passam a subestimar os mais velhos, assumindo
tarefas em seu lugar.
Quando não se respeita uma
pessoa em sua integridade emocional, intelectual e material, ela é excluída da
sociedade pelos governos, pelas pessoas em geral. Os grupos mais excluídos por essas
práticas são as crianças e os idosos.
Em vários lugares, como
bancos e supermercados, há caixas preferenciais para idosos, mas, que elas
sejam suficientes para garantir seu conforto, será que suas condições sociais
também o são? Há, também, a gratuidade no transporte coletivo, mas quem viaja
de ônibus sabe que asa vezes suas condições não são adequadas para transportar
quem tem um corpo tão frágil.
Além do desamparo, quanto
às condições materiais, a desconsideração para com as opiniões e emoções dos
idosos também deve ser analisada para a superação das condições de humilhação
sofrida por eles em nossa sociedade.
No texto A velhice de
Simone Beauvoir escreveu que o idoso é uma espécie de objeto incômodo, inútil,
e quase tudo o que se deseja é poder tratá-lo como quantia desprezível.
Situação de aprendizagem 2
Reflexão sobre o racismo
Texto3 3º bimestre 2º ano: Somos racistas?
(Patrícia Pereira)
Sim, disfarçado ou não, o
racismo existe. No Brasil e em todos os cantos do mundo. E é muito mais amplo
do que o preconceito contra o negro – o que nos soa mais familiar. O racismo
ocorre toda vez que um grupo atribui qualidades positivas a si e negativas a
outro. É exaltação da identidade de alguma da identidade de alguns em
detrimento das demais. Muitos atos racistas buscaram justificativas em teorias
em teorias filosóficas. Mas, cuidado: é fácil esbarrar em interpretações
indevidas. Vamos juntar as peças, analisar o racismo existente no Brasil e
outras formas de racismo que vigoram mundo afora, ver que o há de comum entre
eles e tentar encontrar a sua origem.
Antes,
é preciso frisar que as há uma coisa contraditória em filosofia, esta é o
racismo. A afirmação é da pós-doutorada em Filosofia pela Universidade de São
Paulo (USP), Lelita Oliveira Benoit. Ela explica que a filosofia
fundamentalmente pensa as questões que vão contra aquilo que o racismo
representa. “O racismo é uma espécie de fobia e de recusa do outro. A filosofia
não se caracteriza pelo pensamento daquilo que é comum a todos.
Texto
4 3º bimestre 2º ano: o que é o racismo?
A
palavra raça, apesar de ter origem biológica, não tem base cientifica para definir
e muito menos para classificar, seres humanos. Apesar disso a sociedade faz uso
da palavra raça com sentido político, isto é para definir diferenças entre as
pessoas.
Para
legitimar posições racistas, usa-se uma diferença biológica (que é superficial,
pois não há raças entre os humanos) ou cultural (religião, modo de se vestir ou
falar), justificando privilégios e exclusão social. O acusador coloca-se como
superior em relação à vítima do racismo.
Quando
exibimos as diferenças, de modo que ninguém seja agredido ou excluído ou
colocado em uma condição de inferioridade, não se trata de racismo. Dizer que
André é negro, não significa RACISMO. No entanto, usar essas diferenças para discriminar ou tentar
diminuir o outro consiste em racismo.
A
relação do racista com a sua vítima está ligada, diretamente, ao pensamento de
dominação de um povo sobre o outro. A atitude racista é uma atitude de
dominação, característica dos processos de colonização que empreenderam
diferentes impérios ao longo da história da humanidade. A dominação dos
europeus contra os africanos e americanos levou à escravização de negros e
índios que tão bem conhecemos no Brasil.
O
racismo não apenas mata, mas deixa morrer e faz matar. Por isso a escola deve valorizar
atitudes antirracistas, para construir consciência e favorecer praticas de
valorização da vida. Assim, o antirracismo se traduz em duas condições, uma
ética trata de refletir sobre si para não cometer a violência. A condição
política se ocupa de evitar ações racistas de outras pessoas e exigir que as
autoridades promovam a inclusão de vítimas, participando ou se solidarizando
com grupos representativos dessa minoria – que é minoria no usufruto dos seus
direitos e não em termos de números.
Para
não se comprometer com o racismo, é preciso ser antirracista, pois quem não
coloca-se em uma opção de banalidade e omissão em relação às vítimas, e ainda
colhe os frutos do racismo. Se a vítima não combate o racismo, então vai colher
os frutos da discriminação.
Texto 5 2ºano 3º
bimestre Orfeu Negro Jean –Paul Sartre (
São Paulo faz escola)
A condição do negro está ligada ao racismo e à miséria.
Considerando a população brasileira em geral, pode-se afirmar que raros são os casos nos quais os negros
superam condição de pobreza ou mesmo de miséria e recebem notoriedade social.
A
miséria causada pelo racismo e pelas políticas de Estado pós-libertação dos escravos e a despreocupação das
autoridades geraram um contingente de excluídos ou marginalizados, que são
reconhecidos pela mesma cor de pele, cabelo, lábios e cultura de raízes
africanas – os negros.
A
falta do mínimo necessário para a vida gerou e gera duas orientações; a revolta
e a acomodação. A revolta pode ser política, isto é, negros e negras se encontram
para discutir o que lhes faz sofrer e cobrar das autoridades a igualdade. A
acomodação pode ser entendida como uma alienação. Muitos negros e negras
simplesmente aceitam o papel que as elites lhes impuseram durante séculos – a
de que eram trabalhadores braçais em situação precária. Por outro lado, a
alienação pode gerar a vitimização: o individuo se vê sempre perseguido e
incapaz\ de agir, o que resulta em baixa autoestima. Em conseqüência, os negros
valorizam outros culturas, como a de hegemonia branca européia.
Para
Sartre, o negro precisa encontrar a sua “negritude”, que é a maneira dialética,
ou a negação da injustiça, causada pelo capitalismo. A condição negra de
miséria, de humilhação e exclusão social, foi gerada pelo capitalismo, em
processos de escravização de um povo sobre outro povo, do ponto de vista
cultural, diferentemente do proletário europeu, formado pelas fábricas, o negro
teve um espaço para desenvolver sua cultura, que só podia ser uma cultura de resistência. Cada vez que um
negro coloca uma roupa que expressa sua identidade, compõe uma música que fala
de sua vida, não tem moldar o seu corpo para ser igual aos outros, ele produz a
“negritude”, a resistência cultural dentro do capitalismo racial e cristão. A
negação do ato do colonizador.
O
capitalismo colocou o burguês e o trabalhador em oposição por meio de uma
situação de exploração. Mas o capitalismo também colocou o branco europeu em
oposição ao negro escravo e ao negro pós-libertação, que também resultou em
formas de exploração. O capitalista oprime o trabalhador enquanto em certa
medida, o trabalhador branco oprime o negro. Por isso o negro deve assumir a
consciência de que sua raça é explorada por uma questão social de dominação do
homem branco e não por sua natureza biológica.
Em
Sartre, há uma diferença entre o trabalhador branco e o trabalhador negro, pois
apesar de ambos sofrerem as dificuldades da pobreza, o negro sofre como negro,
isto é, além da pobreza, ele encontra a discriminação junto àqueles que também
são pobres e oprimidos, e até os trabalhadores brancos discriminam o
trabalhador negro.
O
que é preciso fazer? É preciso que cada um tome consciência de sua condição ;
que o trabalhador tome consciência de sua exploração e perceba que os problemas
advêm de sua posição no mundo capitalista; que o negro identifique sua condição
de submetido pelo racismo. Sob a inspiração de Sartre, pode-se pensar que
a consciência de que é submetido ao racismo deve favorecer
o entendimento por parte dos negros de que é preciso assumir-se como negro, sem
negar suas origens africanas e história cultural, mas negando a condição de
exclusão e inferioridade de que forma vitimas. Assim, o negro deve orgulhar-se
de sua negritude, atribuindo significados positivos ao fato de ser negro.
Sartre
inspira um pensamento de valorização do negro. Um olhar negro sobre o mundo.
Uma compreensão de que o negro não pode ser conjugado como um mal.
A
ideia de negritude entendido como valorização do negro e critica à visão
negativa do mesmo impõe outra opção ao ordem cultural excludente. Sendo
chamados de negros ou afrodescendentes, essas pessoas se encontraram pela negritude,
que significa valorização do negro, da história dos povos africanos, da cultura
negra e de uma nova visão sobre os
negros, bem como sobre a importância de superação da exclusão social a que
foram submetidos.
Situação de aprendizagem 3: Reflexão
entre homens e mulheres
Texto 6 2º ano 3º bimestre: gênero (São Paulo faz escola caderno de
professor)
O
que é um homem? O que é uma mulher? O fundamental, aqui, é que nos sejamos
colocados diante do problema o objetivo, não reforçar as diferenças biológicas,
como por exemplo, dizer que uma mulher tem seios ou é aquela que pode dar luz a
um filho. Também não se deve reforçar a divisão social do trabalho e do lazer,
isto é, o garoto que não gosta de futebol não é homem, assim como aquele que
chora. O gênero sexual deve ser encarado como uma questão de conhecimento,
portanto, epistemológico, filosófico. Além disso, ele é ético por tratar das ações
dos indivíduos, e político, uma vez que implica respostas e soluções sociais;
em suma, gênero é um problema filosófico.
Em
meio a Revolução Francesa, foi proclamada a Declaração dos Direitos do homem e
do cidadão. Durante os debates sobre essa declaração Olympe de Gouges elaborou
aquela que incluía os Direitos da Mulher
e Cidadã, pois para ela, apesar de se procurar a igualdade universal, as
mulheres não estavam ali inseridas, nem mesmo teoricamente.
A
sua atitude revela que o direito inscrito em uma lei não significa direitos
objetivados no mundo cotidiano. A igualdade da lei pode significar apenas
igualdade de alguns; no caso a igualdade dos homens. Isso significava que
apenas os homens eram cidadãos, e as mulheres não. Era preciso declarar que as
mulheres são cidadãs e devem exercer seus direitos.
Observe
o texto abaixo, que é conclusão da Declaração dos Direitos da mulher e da
Cidadã:
Mulher,
desperta! A força da razão se faz escutar em todo o universo. Reconhece os teus
direitos. O poderoso império da natureza não está mais envolto de preconceitos, de fanatismos,
de superstições e de mentiras. A bandeira da verdade dissipou todas as nuvens
da ignorância e da usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças e revê
necessidade de recorrer às tuas, para romper os seus ferros. Tornado-se livre ,tornou-se injusto
em relação a sua companheira.
Gouges, Olympe de. Declaração dos
direitos da mulher e Cidadã. Disponível em:<htpp://pdfc.pgr.mpf.gov.br/legislação-pdfe/docs_declaracoes dir_mulher.pdf>.
A
condição de trabalho da mulher, que mesmo com mais estudo que os homens não
consegue, em media, o mesmo salário. Ou seja, para o nosso mundo, os homens
tem mais importância que as mulheres. Do
ponto de vista ético e político, trata-se de uma luta a ser travada contra a
injustiça social.
Se
a mulher, por razões culturais, foi condenada, durante muito tempo a ser dona
de casa, ter pica escolaridade e ocupar-se de profissões femininas, isso não
aconteceu apenas por culpa dos homens, pois muitas mulheres aceitaram e aceitam
esses papéis. Em resumo para, Simone de
Beauvoir, a condição da mulher é uma escolha dos homens apoiada pela submissão
das mulheres. Todos os seres humanos nascem livres, caso postos em uma situação de
se sentirem melhor, é por sua liberdade e por sua responsabilidade que
continuam a ficar onde estão. Por isso, para a libertação das mulheres, elas
devem assumir a responsabilidade pelo que são seres livres, e só ficarão
submetidas ao preconceito por escolha própria.
A
única libertação possível das mulheres virá da política, isto é da união das
próprias mulheres. Elas precisam se encontrar, reconhecer seus problemas,
partilhar ideias, o que quer dizer que elas precisam lutar juntas. Não há como
ser diferente, pois não se pode esperar que todos os homens abram Mao dos seus
privilégios pelas mulheres. Para essa filósofa, não se trata de colocar as
mulheres contra os homens, mas de colocá-las contra o machismo. Contra
situações de opressão.
Texto 7
2º ano 3º bimestre:Filosofia e gênero (São Paulo faz escola caderno do
professor)
O que faz um homem ser homem e uma mulher ser mulher – o
corpo, o pensamento ou a sociedade? Quem decide as funções sociais da mulher e
do homem – o corpo, o pensamento ou a sociedade?
Para
a filósofa Judith Butler é a sociedade que define as identidades do homem e da
mulher. O corpo físico é só o espaço em que a sociedade define a sua divisão do
trabalho. Homens fazem isto, mulheres aquilo. Em outras palavras, ninguém nasce
homem, ou mulher, sendo a sociedade responsável por ensinar as crianças a ser
homens e mulheres.
Se
um bebe nascer no Brasil, mas for criado por uma família japonesa, colo ele
verá o mundo? Como um brasileiro ou com ou um japonês? E quando estiver com
fome, vai desejar que tipo de comida, japonesa ou brasileira? Assim acontece
com o gênero: ao nascer, ou durante os exames pré-natais, determina-se o gênero
da criança segundo o sexo biológico. Ou seja, para o senso comum, sexo é igual
a gênero, isso determinará o tipo de roupas e brinquedos que a criança vai
receber e até formar valores que vão sendo destinados a ela. Entretanto, se
considerarmos que sexo e gênero são coisas diferentes, a determinação de gênero
depende, histórica e socialmente, da cultura social. Será que existe uma
determinação genética que afirme que meninas deverão lavar louça enquanto os irmãos podem jogar
bola? Ou que mulheres não devem ocupar cargos de chefia? Quando se divide o
mundo em dois gêneros, afirma-se o binarismo do sexo. Ou o individuo se encaixa
em um gênero sexual, ou em outro.
A
história tem demonstrado que as funções de homens e mulheres têm mudado com o
tempo. Elas não são naturais, não há uma essência feminina ou masculina. Tudo
isso é um posicionamento para controlar a vida das pessoas. Os meninos têm de
ser sempre fortes; e as meninas, sensíveis. Mas, para Butler, meninos e meninas
são criações artificiais, e aqueles que conseguem entrar no padrão acabam sendo
bem sucedidos, excluindo-se os demais. Esses encaixes beneficiam principalmente
os homens.
Texto 8: O movimento Feminista
Assim
como tantas, a luta das mulheres por direitos não foi fácil. Vistas em muitas
sociedades como seres inferiores, por natureza, tiveram que quebrar uma série
de preconceitos, não só da parte dos homens, mas também de outras mulheres.
Esta luta que, na maior parte das vezes, era a de um movimento de mulheres, no
século XX passou a se organizar na forma
de feminismo. Um movimento que, ao tomar consciência do caráter histórico da
condição feminina, propôs justamente a alteração dessa condição. O feminismo
foi um movimento heterogêneo e que mulheres de diferentes segmentos lutaram por
direitos diferentes, dependendo dos seus interesses. Isso ocorreu porque a
condição feminina é plural, e tal diversidade se expressou em diferentes
reivindicações. No Brasil, assim como no resto do mundo, essa luta ainda não
acabou.
Texto
9 2º ano Filosofia e educação
Muitas
vezes, os pais vêem a educação, e escola, o professor e o aluno somente
associando tudo e todos ao trabalho, como uma espécie de aprendizado para uma
profissão, um pré-requisito conseguir um emprego. O aluno é mandado para escola
para aprender alguma coisa que possibilite trabalhar e sustentar a si mesmo ou
a sua futura família. Muitas vezes, é
necessário que trabalhe para auxiliar pais e irmãos. Os alunos, em geral,
enxergam a escola de maneira contraditória, com aspectos que gostam muito e
outros nem tanto. Percebem a escola como lugar para encontrar seus amigos e se
divertir, lugar para fugir dos problemas de casa, lugar onde sentem que estão
perdendo tempo, onde encontram dificuldades para valorizar o que se ensina e em
alguns casos como lugar onde são humilhados pelos mais variados tipos de
exclusão e preconceito.
Há
professores que vêem a escola como algo que não da certo, onde não se tem apoio
nem salário, nem instrumentos suficientes para ensinar, o que leva ao
desencanto com a profissão. Mas há, também, os otimistas, que gostam do que
fazem.
Muitos
diretores colocam-se na ponte entre as políticas, os compromissos burocráticos,
os problemas rotineiros, os pais, os funcionários, os professores, os alunos,
os vizinhos da escola. Enfim cada agente da educação publica tem seus problemas
e suas responsabilidades. Seu ânimo e seu desânimo. O fato é que precisamos
encontrar criticamente os fatores e exercer nossas responsabilidades, o que só
tem sentido se feito em conjunto.
Texto 10 2º ano 3º bimestre: educação e emancipação (São Paulo faz
escola)
Adorno se refere ao texto de Kant resposta
pergunta: O que ilustração?Um homem emancipado é um homem sem guia, isto é,
minoridade é viver sem a independência que vem do uso da racionalidade.
O
que impede o homem de assumir a sua maioridade é a preguiça e a covardia.
Preguiça de ler, de aprender, de pesquisar, de ouvir e de se cansar em busca de
uma maneira melhor de viver. Covardia em não enfrentar os problemas, os erros,
as decepções, conduzindo à preferência de se manter como uma espécie de criança
imatura. Para tudo se necessita de outro dizendo o que se deve fazer.
Para
quem perguntamos as coisas fundamentais da vida? Quem é o guia? Algum familiar,
como pai ou mãe? O professor, o pastor, o padre, o político, o livro, o filme?
A
minoridade é uma prisão. A maioridade é a libertação. A liberdade vem a partir
do momento em que se assume a racionalidade, ou melhor o esclarecimento. A
escola deve ser o palco do esclarecimento para, então, se tornar geradora de
cidadania. O sinal de que isso esta acontecendo é o uso publico da razão. Isso
significa assumir posições refletidas, o que é diferente do uso privado da
razão, que é responder racionalmente a situações corriqueiras, como se calar
diante da autoridade. Quem tem coragem de usar a razão? Quem tem vontade de
superar a si mesmo? Quem usa a razão sói para não ter problemas pessoais (uso
privado da razão)? Quem usa a razão enfrentando o mundo para melhorá-lo (uso
público da razão)?
Os
oficiais dizem: não questione, pague. Os religiosos dizem: não questione,
creia. A televisão diz: não questione:
assista, compre e seja. O político diz: não questione vote.
Entretanto
a pessoa emancipada questiona abertamente, sabe o que quer e precisa disso para
ser livre. Ela quer saber o motivo, ela precisa entender para aceitar ou não o
que lhe é falado, ordenado. Ela usa os estudos, o raciocínio, a imaginação e a
critica para seguir o seu caminho.
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