Descobrir o que já se conhece, esquecer o que nunca soubemos - 108 texto escrito por Humberto Gessinger
Descobrir o que já se conhece, esquecer o que nunca soubemos - 108
Viveremos sete vidas e, ainda assim, algumas coisas nos surpreenderão. E nos surpreenderão mais de uma vez. E ficaremos surpresos por mais de uma vez nos surpreendermos.
Leremos todas as bibliotecas do universo, teremos acesso a tudo que o Grande Irmão do Norte espionou na www e, mesmo assim, no meio de uma tarde sem graça, um aroma, um acorde, atravessará o andamento então constante da nossa respiração.
Praticaremos os esportes mais radicais, mergulharemos nossa alma em tonéis de bebida energética, correremos todos os riscos... mas o silêncio soará diferente numa noite ou manhã igual a milhares de outras.
Como há pouco, neste frio que sempre quer nos levar para dentro. Eu caminhava vendo a fumaça da minha respiração - estranho ser mais quente do que o mundo lá fora - quando os sinos de uma igreja dobraram. Provavelmente uma homenagem ao Papa que chegou hoje ao país, pois sempre passo por ali e nunca ouvi tocarem. Hoje, o mesmo trajeto, a mesma hora, foi diferente. Num frio de rachar, som de sinos aqueceram a alma.
Tá muito abstrato o papo? Isso é um elogio? Suponho que não... Mas garanto que foi algo bem comum e objetivo que me fez pensar em surpresas que se repetem (e ainda assim, surpreendem). Aconteceu que, quando cheguei em casa, vi as costas do meu baixo...
... com mais arranhões do que da última vez, tão misteriosa quanto da última vez, esta parte dos instrumentos sempre me surpreende. E me faz sentir bem. Como um segredo revelado, uma nudez inesperada. Algo que ninguém vê - mesmo num show para 1 milhão de pessoas transmitido via satélite para outros vários milhões. A textura da madeira, as curvas, os parafusos que prendem o braço; um visual mais limpo do que a frente do instrumento, que tem cordas, botões, ponte e captadores.
Tão próxima de mim, sempre colada ao meu corpo quando toco... mesmo assim, aquela face passa quase sempre despercebida... até que um dia a gente revê o que sempre esteve ali e parece a primeira vez.
Bah 1: Conheci um guitarrista que cobria a fivela do cinto com esparadrapo para não arranhar sua guitarra. Lembro que uma loja vendia proteções de couro para as costas dos instrumentos. Acho que alguns acordeons ainda têm um acessório parecido para proteger o fole.
Bah 2: Sobre não ver o que está na cara: numa entrevista, o guitarrista argentino Dominic Muller, que acompanha Sting há anos, disse que era bom ensaiar antes da tour porque depois ficaria mais de ano sem ver o Sting tocar (apesar de estar no mesmo palco). É bem assim mesmo! Quando uma boa banda está tocando, ela se transforma num ser vivo, quase uma pessoa... e pessoas não ficam (não deveriam ficar) olhando para o próprio umbigo, né?
Bah 3: No post da semana que vem vou dar infos mais objetivas sobre a chegada do INSULAR e do 6 SEGUNDOS DE ATENÇÃO. Talvez, então, este post de hoje faça mais sentido. Não que eu esteja muito afim de fazer mais sentido. Pra mim, basta sentir.
Bah 4: Prometo pedir à STEREOPHONICA e à BELAS LETRAS uns mimos. De repente, rola sorteio de alguns discos e livros por aqui na outra virada de segunda pra terça. Tô curioso pra saber como será a vida real deles. Já me surpreendi tanto! Tantas vezes!
Até lá!
Bah 3: No post da semana que vem vou dar infos mais objetivas sobre a chegada do INSULAR e do 6 SEGUNDOS DE ATENÇÃO. Talvez, então, este post de hoje faça mais sentido. Não que eu esteja muito afim de fazer mais sentido. Pra mim, basta sentir.
Bah 4: Prometo pedir à STEREOPHONICA e à BELAS LETRAS uns mimos. De repente, rola sorteio de alguns discos e livros por aqui na outra virada de segunda pra terça. Tô curioso pra saber como será a vida real deles. Já me surpreendi tanto! Tantas vezes!
Até lá!
Viveremos sete vidas e, ainda assim, algumas coisas nos surpreenderão. E nos surpreenderão mais de uma vez. E ficaremos surpresos por mais de uma vez nos surpreendermos.
Leremos todas as bibliotecas do universo, teremos acesso a tudo que o Grande Irmão do Norte espionou na www e, mesmo assim, no meio de uma tarde sem graça, um aroma, um acorde, atravessará o andamento então constante da nossa respiração.
Praticaremos os esportes mais radicais, mergulharemos nossa alma em tonéis de bebida energética, correremos todos os riscos... mas o silêncio soará diferente numa noite ou manhã igual a milhares de outras.
Como há pouco, neste frio que sempre quer nos levar para dentro. Eu caminhava vendo a fumaça da minha respiração - estranho ser mais quente do que o mundo lá fora - quando os sinos de uma igreja dobraram. Provavelmente uma homenagem ao Papa que chegou hoje ao país, pois sempre passo por ali e nunca ouvi tocarem. Hoje, o mesmo trajeto, a mesma hora, foi diferente. Num frio de rachar, som de sinos aqueceram a alma.
Tá muito abstrato o papo? Isso é um elogio? Suponho que não... Mas garanto que foi algo bem comum e objetivo que me fez pensar em surpresas que se repetem (e ainda assim, surpreendem). Aconteceu que, quando cheguei em casa, vi as costas do meu baixo...
... com mais arranhões do que da última vez, tão misteriosa quanto da última vez, esta parte dos instrumentos sempre me surpreende. E me faz sentir bem. Como um segredo revelado, uma nudez inesperada. Algo que ninguém vê - mesmo num show para 1 milhão de pessoas transmitido via satélite para outros vários milhões. A textura da madeira, as curvas, os parafusos que prendem o braço; um visual mais limpo do que a frente do instrumento, que tem cordas, botões, ponte e captadores.
Tão próxima de mim, sempre colada ao meu corpo quando toco... mesmo assim, aquela face passa quase sempre despercebida... até que um dia a gente revê o que sempre esteve ali e parece a primeira vez.
Bah 1: Conheci um guitarrista que cobria a fivela do cinto com esparadrapo para não arranhar sua guitarra. Lembro que uma loja vendia proteções de couro para as costas dos instrumentos. Acho que alguns acordeons ainda têm um acessório parecido para proteger o fole.
Bah 2: Sobre não ver o que está na cara: numa entrevista, o guitarrista argentino Dominic Muller, que acompanha Sting há anos, disse que era bom ensaiar antes da tour porque depois ficaria mais de ano sem ver o Sting tocar (apesar de estar no mesmo palco). É bem assim mesmo! Quando uma boa banda está tocando, ela se transforma num ser vivo, quase uma pessoa... e pessoas não ficam (não deveriam ficar) olhando para o próprio umbigo, né?
Bah 3: No post da semana que vem vou dar infos mais objetivas sobre a chegada do INSULAR e do 6 SEGUNDOS DE ATENÇÃO. Talvez, então, este post de hoje faça mais sentido. Não que eu esteja muito afim de fazer mais sentido. Pra mim, basta sentir.
Bah 4: Prometo pedir à STEREOPHONICA e à BELAS LETRAS uns mimos. De repente, rola sorteio de alguns discos e livros por aqui na outra virada de segunda pra terça. Tô curioso pra saber como será a vida real deles. Já me surpreendi tanto! Tantas vezes!
Até lá!
Bah 3: No post da semana que vem vou dar infos mais objetivas sobre a chegada do INSULAR e do 6 SEGUNDOS DE ATENÇÃO. Talvez, então, este post de hoje faça mais sentido. Não que eu esteja muito afim de fazer mais sentido. Pra mim, basta sentir.
Bah 4: Prometo pedir à STEREOPHONICA e à BELAS LETRAS uns mimos. De repente, rola sorteio de alguns discos e livros por aqui na outra virada de segunda pra terça. Tô curioso pra saber como será a vida real deles. Já me surpreendi tanto! Tantas vezes!
Até lá!
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