Friedrich Hegel 1


Texto 2º ano Ensino Médio 3º bimestre

Gilberto Cotrim Fundamentos da Filosofia capítulo 15

 

Friedrich Hegel

            Georg Wilhelm  Friedrich Hegel (1770-1831), nascido em Stuttgart, Alemanha, foi o principal expoente do idealismo alemão. Sua obra costuma ser apontada como ponto culminante do racionalismo. Talvez nenhum outro pensador tenha conseguido elaborar, como ele, um sistema filosófico tão abrangente.

             Buscando respostas para o maior número de questões, Hegel tentou reconciliar a filosofia com a realidade. Segundo o filósofo alemão Herbert Marcuse (1889-1979) , o sistema hegeliano consistiu “a última grande tentativa para fazer do pensamento o refúgio da razão e da liberdade!”. Entre as principais obras de Hegel estão Fenomenologia do espírito, Princípios da Filosofia do direito e Lições sobre a história da filosofia.

Idealismo absoluto

            Hegel entendia a realidade como um processo análogo ao pensamento. Ele dizia que o real é racional e o racional é o real. Em outras palavras: a) a realidade possui racionalidade, ou identifica-se com ela; b) a razão possui realidade ou identifica-se com ela.

            Assim, para Hegel rompeu com a distinção tradicional entre consciência e mundo, sujeito e objeto. Para ele a realidade se identificaria totalmente com o espírito (ou ideia, ou razão) e a racionalidade seria o fundamento de tudo o que existe inclusive da natureza. O ser humano por sua vez , constituiria a manifestação mais elevada dessa razão.

Movimento dialético

            Ao conceber a realidade como espírito, Hegel queria destacar que ela não é apenas uma substância (uma coisa permanente, rígida), mas um sujeito com vida própria que pode atuar. Portanto, entender a realidade como espírito é entendê-la nesse seu atuar constante, ou seja, como movimento ou processo. É entendê-la como devir.

            O movimento da realidade apresentaria, segundo o filósofo, momentos que se contradizem, se, no entanto, perderem a unidade do processo, que leva a um crescente autoenriquecimento. Trata-se do movimento dialético do real, que se processaria em três momentos;

            O primeiro, do ser em si, será por exemplo, o momento de uma planta somente como( tese);

            O segundo, do ser outro ou fora de si, seria o momento em que  semente sai fora de si, desdobra-se em algo distinto (antítese);

            O terceiro, do ser para si, seria o momento em que surge a planta (síntese dos momentos anteriores).

            Esses momentos se sucedem como um movimento em espiral, ou seja, um movimento circular que não se fecha. Assim, cada momento final, que seria a síntese, torna-se a tese de um movimento posterior, de caráter mais avançado.

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