A imaginação Cotidiano e imaginação
Convite à Filosofia
De Marilena Chaui
Ed. Ática, São Paulo, 2000.
De Marilena Chaui
Ed. Ática, São Paulo, 2000.
Unidade 4
O conhecimento
O conhecimento
Capítulo 4
A imaginação
A imaginação
Cotidiano
e imaginação
Com freqüência, ouvimos frases como: “Que
falta de imaginação!”, “Por favor, use a sua imaginação!”, “Cuidado! Ela tem
muita imaginação!”, “Que nada! Você andou imaginando tudo isso!”, “Não comece a
imaginar coisas!”, “Imagine se tivesse sido assim!”.
Essas frases são curiosas porque indicam
maneiras bastante diferentes de concebermos o que seja a imaginação. Na frase:
“Que falta de imaginação!”, a imaginação é tomada como algo positivo, cuja
falta ou ausência é criticada. Imaginar, aqui, aparece como capacidade mais
alargada para pensar, para encontrar soluções inteligentes para algum problema,
para adivinhar o sentido de alguma coisa que não está muito evidente. Ela
aparece, também, como algo que nós temos e que podemos ou não usar.
Já nas frases: “Cuidado! Ela tem muita
imaginação!”, “Que nada! Você andou imaginando tudo isso!” ou “Não comece a
imaginar coisas!”, a imaginação é tomada como risco de irrealidade,
invencionice, mentira, exagero, excesso. Agora, imaginar é inventar ou
exagerar, perder o pé da realidade, assumindo, portanto, um sentido bastante
diverso do anterior.
Na frase: “Imagine se tivesse sido assim!”, ou
em outra como “Imagine o que ele vai dizer!”, a imaginação é tomada como uma
espécie de suposição sobre as coisas futuras, uma espécie de previsão ou de
alerta sobre o que poderá ou poderia acontecer como conseqüência de outros
acontecimentos.
Apesar de diferentes, essas frases possuem
alguns elementos comuns. Em todas elas:
● positiva ou negativamente, a imaginação
está referida ao inexistente. Dizer “Use sua imaginação!” significa: faça de
outro modo ou invente alguma coisa. Exclamar “Que falta de imaginação!”
significa: poderia ter feito muito melhor, poderia ter dito uma coisa muito
mais interessante. Alertar com a frase “Cuidado! Ela tem muita imaginação!”
significa: ela inventa e exagera. Supor “Imagine o que nos teria acontecido!”
significa: criar a imagem de uma situação que não aconteceu;
● a imaginação aparece como algo que possui
graus, isto é, pode haver falta ou excesso;
● a imaginação se apresenta como capacidade
para elaborar mentalmente alguma coisa possível, algo que não existiu, mas
poderia ter existido, ou que não existe, mas poderá vir a existir.
A imaginação surge, assim, como algo
impreciso, situada entre dois tipos de invenção – criação inteligente e
inovadora, de um lado; exagero, invencionice, mentira, de outro. No primeiro
caso ela faz aparecer o que não existia ou mostra ser possível algo que não
existe. No segundo caso, ela é incapaz de reproduzir o existente ou o
acontecido. Com isso, nossas frases cotidianas apontam os dois principais
sentidos da imaginação: criadora e reprodutora.
A
imaginação na tradição filosófica
A tradição filosófica sempre deu prioridade à
imaginação reprodutora, considerada como um resíduo do objeto percebido que
permanece retido em nossa consciência. A imagem seria um rastro ou um vestígio
deixado pela percepção.
Os empiristas, por exemplo, falam das imagens
como reflexos mentais das percepções ou das impressões, cujos traços foram
gravados no cérebro. Desse ponto de vista, a imagem e a lembrança difeririam
apenas porque a primeira é atual enquanto a segunda é passada. A imagem seria,
portanto, a reprodução presente que faço de coisas ou situações presentes.
Por exemplo, se neste momento eu fechar os
olhos, posso imaginar o computador, a mesa de trabalho, os livros nas estantes,
o quebra-luz, a porta, a janela. A imagem seria a coisa atual percebida quando
ausente. Seria uma percepção enfraquecida, que, associada a outras, formaria as
idéias no pensamento.
Os filósofos intelectualistas também
consideravam a imaginação uma forma enfraquecida da percepção e, por
considerarem a percepção a principal causa de nossos erros (as ilusões e
deformações da realidade), também julgavam a imaginação fonte de enganos e
erros. Tomando-a como meramente reprodutora, diziam, por exemplo, que a
imaginação dos artistas nada mais faz do que juntar de maneira nova imagens de
coisas percebidas: um cavalo alado é a junção da imagem de um cavalo percebido
com a imagem de asas percebidas; uma sereia, a junção de uma imagem de mulher
percebida com a imagem de um peixe percebido.
A imaginação seria, pois, diretamente
reprodutora da percepção, no campo do conhecimento, e indiretamente reprodutora
da percepção, no campo da fantasia.
Por isso, na tradição filosófica,
costumava-se usar a palavra imaginação como sinônimo de percepção ou como um
aspecto da percepção. Percebemos imagens das coisas, dizia a tradição.
A tradição, porém, enfrentava alguns
problemas que não podia resolver:
● em nossa vida, não confundimos percepção e
imagem. Assim, por exemplo, distinguimos perfeitamente a percepção direta de um
bombardeio da imagem do que seria uma explosão atômica;
● em nossa vida, não confundimos perceber e
imaginar. Assim, por exemplo, distinguimos o sonho da vigília; distinguimos um
fato que vemos na rua da cena de um filme;
● em nossa vida, somos capazes de distinguir nossa
percepção e a imaginação de uma outra pessoa. Assim, por exemplo,
percebemos o sofrimento psíquico de alguém que está tendo alucinações, mas não
somos capazes de alucinar junto com ela.
Dessa maneira, a suposição de que entre a
percepção e a imaginação, entre o percebido e a imagem haveria apenas uma
diferença de grau ou de intensidade (a imagem seria uma percepção fraca e a
percepção seria a imagem forte) não se mantém, pois há uma diferença de
natureza ou uma diferença de essência entre ambas.
A
fenomenologia e a imaginação
Quando falamos em imagens, referimo-nos a
coisas bastante diversas: quadros, esculturas, fotografias, filmes, reflexos
num espelho ou nas águas, ficções literárias, contos, lendas e mitos, figuras
de linguagem (como a metáfora e a metonímia), sonhos, devaneios, alucinações,
imitações pela mímica e pela dança, sons musicais, poesia.
Uma primeira diferença entre essas imagens
pode ser logo notada: algumas se referem a imagens exteriores à nossa
consciência (pinturas, esculturas, fotos, filmes, mímica, etc.), outras podem
ser consideradas internas ou mentais (sonhos, devaneios, alucinações, etc.), enquanto
algumas são externas e internas ao mesmo tempo (no caso da ficção literária,
por exemplo, a imagem é externa, pois está no livro, e é interna, pois leio
palavras e com elas imagino).
No entanto, algo é comum a todas elas:
oferecem-nos um análogo das próprias coisas, seja porque estão no lugar
das próprias coisas, seja porque nos fazem imaginar coisas através de outras.
A segunda diferença entre as imagens decorre
do tipo de análogo que cada uma delas propõe. Um análogo pode ser um símbolo (a
bandeira é um símbolo da nação), uma metáfora (dizer “a primavera da vida” para
referir-se à juventude), uma ilustração (a foto de alguém junto a uma notícia
de jornal ou uma paisagem num livro de contos), um esquema (a planta de uma
casa ou de uma máquina), um signo (vejo a luz vermelha do semáforo e ela é o
signo de uma ordem: “Pare!”), um sentimento (a emoção que sinto ao ouvir uma
sinfonia), um substituto (um armário transformado em navio pela criança que
brinca).
Embora sejam diferentes pela natureza da
analogia, as imagens novamente possuem algo em comum: raramente ou quase nunca
a imagem corresponde materialmente à coisa imaginada. Por exemplo, a bandeira e
a nação são materialmente diferentes, os sons da sinfonia e meus sentimentos
são diferentes, a fotografia e a pessoa fotografada são materialmente
diferentes, um mímico que imita uma janela ou uma locomotiva não é nem uma
coisa nem outra, etc. Notamos, assim, que é próprio das imagens algo que
suporíamos próprio apenas da ficção, isto é, as imagens são irreais,
quando comparadas ao que é imaginado através delas. Um quadro é real enquanto
quadro percebido, mas é irreal se comparado à paisagem da qual é imagem.
Apesar de irreal e, justamente por ser
irreal, a imagem é dotada de um poder especial: torna presente ou
presentifica algo ausente, seja porque esse algo existe e não se encontra onde
estamos, seja porque é inexistente. No primeiro caso, a imagem ou o análogo é testemunha
irreal de alguma coisa existente; no segundo, é a criação de uma
realidade imaginária, ou seja, de algo que existe apenas em imagem ou como
imagem. Nos dois casos, porém, o objeto-em-imagem é imaginário.
Consciência
imaginativa
Distanciando-se da tradição, a fenomenologia
fala na consciência imaginativa como uma forma de consciência diferente
da percepção e da memória, tendo como ato o imaginar e como conteúdo, ou
correlato, o imaginário ou o objeto-em-imagem. A imaginação é a capacidade da
consciência para fazer surgir os objetos imaginários ou objetos-em-imagem.
Pela imaginação, relacionamo-nos com o
ausente e com o inexistente. Perceber este livro é relacionar-se com sua
presença e existência. Imaginar um livro é relacionar-se ou com a imagem
do livro percebido ou com um livro ausente e inexistente, que ainda não foi
escrito e é apenas o-livro-possível. Graças à imaginação, abre-se para nós o
tempo futuro e o campo dos possíveis.
A percepção observa as coisas, as
pessoas, as situações. Observar é jamais ter uma coisa, pessoa ou situação de
uma só vez e por inteiro. A percepção observa porque alcança as coisas, as
pessoas, as situações por perfis, perspectivas, faces diferentes que vão sendo
articuladas umas às outras, num processo sem fim, podendo sempre enriquecer
nosso conhecimento, perceber aspectos novos, ir “completando” o percebido com
novos dados ou aspectos.
A imaginação, ao contrário, não observa o
objeto: cada imagem põe o objeto por inteiro. O filósofo francês Sartre dá um
exemplo: quando imagino uma rua ou um edifício, tenho de uma só vez a
rua-em-imagem ou o edifício-em-imagem, cada um deles possui uma única face e é
essa que existe em imagem. Podemos ter muitas imagens da mesma rua ou do mesmo
edifício, mas cada uma delas é uma imagem distinta das outras. Uma imagem, diz
Sartre, é inobservável.
Se uma pessoa apaixonada tem diante de si a
pintura ou a fotografia da pessoa amada, tem a imagem dela. Ao olhá-la, não
olha para as manchas coloridas, para os traços reproduzidos no papel, não
presta atenção no trabalho do pintor nem do fotógrafo, mas torna presente a
pessoa amada ausente. A imagem é diferente do percebido porque ela é um análogo
do ausente, sua presentificação.
Em outras palavras, percebemos e imaginamos
ao mesmo tempo, embora perceber e imaginar sejam diferentes. Percebo a
fotografia e imagino a pessoa amada. Percebo a fisionomia da pessoa fotografada
(o olhar, o sorriso, as mãos, a roupa) e imagino a sedução do olhar, a doçura
do sorriso, a sutileza dos gestos, a preferência por certas roupas. São dois
estados de consciência simultâneos e diferentes.
Quando Clarice Lispector descreve o inseto e
o ovo, percepção e imaginação são simultâneos e diferentes. Diante do
verde-corpo-superfície-traço-que-caminha (percepção do inseto), Clarice imagina
como seriam o desejo e o amor das “esperanças” (pergunta sobre as glândulas do inseto
cujo corpo percebido parece impossível de conter algo em seu interior porque
não tem interior). O inseto percebido e o inseto imaginado são duas
consciências diferentes do mesmo inseto.
Quando a criança brinca, sua imaginação
desfaz a percepção: todos os objetos, todas as pessoas e todos os lugares nada
têm a ver com seu sentido percebido, mas remetem a outros sentidos, criam
sentidos inexistentes ou presentificam o ausente. Um armário é um
navio-em-imagem, um tapete é um mar-em-imagem, um cabo de vassoura é uma
espada-em-imagem, uma folha de jornal é um mapa-em-imagem, um avental preso às
costas é uma capa-em-imagem. A imaginação é, assim, uma capacidade
irrealizadora.
A força irrealizadora da imaginação
significa, por um lado, que ela é capaz de tornar ausente o que está presente
(o armário deixa de estar presente), de tornar presente o ausente (o navio
torna-se presente) e criar inteiramente o inexistente (a aventura nos mares). É
por isso que a imaginação tem também uma força prospectiva, isto é, consegue
inventar o futuro, como na canção de John Lennon, Imagine, ou como na
invenção de uma teoria científica ou de um objeto técnico. Pelo mesmo motivo, a
imaginação pode criar um mundo irreal que julgamos melhor do que o nosso, a
ponto de recusarmos viver neste para “viver” imaginariamente naquele, perdendo
todo o contato com o real. É o que acontece, por exemplo, na loucura, quando
passamos definitivamente para o “outro lado”. Mas é também o que acontece todos
os dias, quando sonhamos ou entramos em devaneio.
Embora vigília e sonho sejam diferentes, a
vigília pode ser sentida como intolerável e insuportável e somos arrastados
pelo desejo de ficar no sonho e de, embora acordados, viver como se o sonho
fosse real, porque nossa imaginação o faz real para nós. Irrealizando o mundo
percebido e realizando o sonho, a imaginação pode ocupar o lugar da percepção e
passamos a perceber imaginariamente.
Quando o fazemos para criar um outro mundo ao
qual os outros seres humanos também podem ter acesso, a imaginação passa do
sonho à obra de arte. Quando o fazemos para criar um outro mundo só nosso e ao
qual ninguém mais pode ter acesso, a imaginação passa do sonho à loucura.
Assim, a diferença entre sonho, arte e loucura é muito pequena e frágil: a
imaginação aberta aos outros (arte) ou fechada aos outros (loucura).
As
modalidades de imaginação
Partindo da diferença entre imaginação
reprodutora e imaginação criadora, podemos distinguir várias modalidades de
imaginação:
1. imaginação reprodutora propriamente dita,
isto é, a imaginação que toma suas imagens da percepção e da memória;
2. imaginação evocadora, que presentifica o
ausente por meio de imagens com forte tonalidade afetiva;
3. imaginação irrealizadora, que torna
ausente o presente e nos coloca vivendo numa outra realidade que é só nossa,
como no sonho, no devaneio e no brinquedo. Esta imaginação tem forte tonalidade
mágica;
4. imaginação fabulosa, de caráter social ou
coletivo, que cria os mitos e as lendas pelos quais uma sociedade, um grupo
social ou uma comunidade imaginam sua própria origem e a origem de todas as
coisas, oferecendo uma explicação para seu presente e sobretudo para a morte.
Aqui, a imaginação cria imagens simbólicas para o bem e o mal, o justo e o
injusto, o puro e o impuro, o belo e o feio, o mortal e o imortal, o tempo e a
Natureza pela referência às divindades e aos heróis criadores; explica os males
desta vida por faltas originárias cometidas pelos humanos [o pecado original,
por exemplo] e promete uma vida futura feliz, após a morte. É a imaginação
religiosa;
5. imaginação criadora, que inventa ou cria o
novo nas artes, nas ciências, nas técnicas e na Filosofia. Aqui, combinam-se
elementos afetivos, intelectuais e culturais que preparam as condições para que
algo novo seja criado e que só existia, primeiro, como imagem prospectiva ou
como possibilidade aberta. A imaginação criadora pede auxílio à percepção, à
memória, às idéias existentes, à imaginação reprodutora e evocadora para
cumprir-se como criação ou invenção.
Imaginação
e teoria do conhecimento
Do ponto de vista da teoria do conhecimento,
a imaginação possui duas faces: a de auxiliar precioso para o conhecimento da
verdade e a de perigo imenso para o conhecimento verdadeiro.
Quando lemos relatos dos cientistas sobre
suas pesquisas e investigações, com freqüência eles se referem aos momentos em
que tiveram que imaginar, isto é, criar pelo pensamento a imagem total ou
completa do fenômeno pesquisado para, graças a ela, orientar os detalhes e
pormenores da pesquisa concreta que realizavam.
Essa imagem é negadora e antecipadora.
Negadora: graças a ela, o cientista pode negar ou recusar as teorias já
existentes. Antecipadora: graças a ela, o cientista pode antever o significado
completo de sua própria pesquisa, mesmo que esta ainda esteja em andamento; a
imaginação orienta o pensamento. O filósofo Gaston Bachelard atribui à
imaginação a capacidade para encorajar o pensamento a dizer “não” a teorias
existentes e propor novas.
Muitas vezes, lendo um romance ou vendo um
filme, compreendemos e conhecemos muito melhor uma realidade do que se lêssemos
livros científicos ou jornais. Por quê? Porque o artista, através da
imaginação, capta o essencial e reúne o que estava disperso na realidade,
fazendo-nos compreender o sentido profundo e invisível de alguma coisa ou de
alguma situação. O artista nos mostra o inusitado, o excepcional, o exemplar ou
o impossível por meio dos quais nossa realidade ganha sentido e pode ser mais
bem conhecida.
Outras vezes, porém, sobretudo quando se
trata da imaginação reprodutora, somos lançados no mundo dos ídolos, de que
fala Francis Bacon, ou no mundo da prevenção e dos preconceitos, de que fala
Descartes.
Agora surge um tecido de imagens ou um imaginário,
que desvia nossa atenção da realidade, ou que serve para nos dar compensações
ilusórias para as desgraças de nossas vidas ou de nossa sociedade, ou que é
usado como máscara para ocultar a verdade. O imaginário reprodutor (nas
ciências, na Filosofia, no cinema, na televisão, na literatura, etc.) bloqueia
nosso conhecimento porque apenas reproduz nossa realidade, mas dando a ela
aspectos sedutores, mágicos, embelezados, cheios de sonhos que já parecem
realizados e que reforçam nosso presente como algo inquestionável e inelutável.
É um imaginário de explicações feitas e acabadas, justificador do mundo tal
como ele parece ser. Quando esse imaginário é social, chama-se ideologia.
Sob esse aspecto, a imaginação reprodutora se
opõe à imaginação utópica. Utopia é uma palavra grega que significa: em
lugar nenhum e em tempo nenhum. A imaginação utópica cria uma outra realidade
para mostrar erros, desgraças, infâmias, angústias, opressões e violências da
realidade presente e para despertar, em nossa imaginação, o desejo de mudança.
Assim, enquanto o imaginário reprodutor procura abafar o desejo de
transformação, o imaginário utópico procura criar esse desejo em nós. Pela
invenção de uma outra sociedade que não existe em lugar nenhum e em tempo
nenhum, a utopia nos ajuda a conhecer a realidade presente e buscar sua
transformação.
Em outras palavras, o imaginário reprodutor
opera com ilusões, enquanto a imaginação criadora e a imaginação utópica operam
com a invenção do novo e da mudança, graças ao conhecimento crítico do
presente.
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