Em que medida a arte levanta questões filosóficas pertinentes?
Questão: Em que medida a arte levanta questões filosóficas
pertinentes?
A arte levanta questões filosóficas
pertinentes na medida em que ela é uma atividade, uma atividade que
potencializa a expressão dos nossos sentimentos e sensações. A arte é uma
manifestação da alma e do conhecimento humano, uma característica sublime, é
manifestação pura da beleza artística, pois por meio dela o artista pode expor
a forma como ele apreende, compreende, e sendo assim visualiza e transmite o seu mundo, totalmente
liberto das imposições, das intolerâncias, opressões e limitações que setores
da sociedade querem impor arte e ao artista. Segundo Márcio Benchimol Barros:
“[...]
Por isso esse o novo paradigma é a expressão, e exprimir significa aqui
exteriorizar tudo aquilo que os estreitos limites da razão e da via moderna
comprimem e sufocam na vida torturada o artista[...]”
(Barros Marcio Benchimol Sublime
e a liberdade criativa p. 24)
O
ser humano desde os primórdios de sua história possui a capacidade, o talento
de realizar, potencializar materialmente seus sentimentos, sensações e ideias dando a eles uma forma, um juízo uma visão de
mundo. Assim por meio dessas transformações o artista expressa sua criatividade,
libertando-se dos modelos pré-estabelecidos.
Vivemos
em uma sociedade em que a arte é afastada da grande massa, onde o conceito de
estética perde o seu sentido, deixando de ser relativa aos sentimentos, a
percepção, tornando-se algo metódico, padronizado, elitista, estereotipado, ou
seja, ela é transmitida e está ao alcance de poucos. O que temos hoje quando
falamos em arte é uma indústria cultural, que pretende, ou melhor, faz da arte
uma mera mercadoria, negando que é ligado apenas um produto como outro
qualquer, que tem prazo de validade. A arte possui uma história e, portanto
deve ser reconhecida e valorizada como tal.
Quando
o artista através da arte busca sua autonomia, sabe sua liberdade é intrínseca
a produção de sua obra, ela não pode estar presa a imposições, as regras, a
padronizações, a impedimentos, principalmente daqueles impostos pelo poder
político e religioso, pois, a arte é liberdade absoluta do artista, é
manifestação livre de sua alma, sem preocupações, morais, políticas,
religiosas, econômicas e principalmente livre da prática mercadológica.
A
arte é a prática criativa do ser humano, pois ela é uma somatória de
conhecimentos, prática, imaginação, juízos, e sensações. A concretização da
arte é transmitida por meio de um processo de relações sociais que fazem parte
da história do individuo, que são demonstradas nas várias formas da arte que
ele potencializa e materializa por meio de suas expressões artísticas seja ela:
na literatura, nos poemas, na pintura, em uma escultura, em bela melodia. Todos
os estilos artísticos são formas perceptíveis, sensações que manifestamos ao
termos um contato com o objeto artístico, ou seja, que são percebidas e
interpretadas pelo público que observa a obra.
O
artista é um homem que vive em sociedade, como já foi dito ele retrata em sua
obra tudo aquilo que ele vivencia, a forma como ele sente e percebe o mundo a
sua volta, e mostra isso tudo em sua obra, os problemas com os quais ele e a
sociedade enfrentam a arte então se torna um instrumento de reivindicação, de
mudança de transformação social. Segundo George Lukács:
O
artista vive em sociedade e – queira ou não – existe uma influencia recíproca entre
ele e a sociedade. O artista – queira ou não – se apoia numa determinada
concepção do mundo, ele exprime igualmente em estilo. (Arte livre ou arte
Dirigia? Em revista Civilização Brasileira n. 13, p. 176).
Segundo
o professor Márcio Benchimol Barros a arte não se limita a produção da obra de
arte: ela é um fato social, de quem participam necessariamente aqueles a quem a
obra de arte é endereçada. Ou seja, a obra de arte possui também como já disse anteriormente
um aspecto de critica social, que pretende mostrar uma realidade não percebida
pelos demais membros da sociedade, no qual o artista a transmite por meio de
sua obra.
A
arte é uma atividade e em sendo atividade ela é uma prática, uma prática que
realiza ação de suma importância, pois ela tem por objetivo transmitir as experiências
humanas, quer demonstrar tudo aquilo que vive o artista no seu intimo, suas
relações mais intensas.
Bibliografia:
Textos básicos de ética/ Danilo
Marcondes – 2. ed.- Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Ed; 2007.
Fundamentos da Filosofia/Gilberto
Cotrim, Mirna Fernandes- 1. ed. São Paulo Saraiva
2010
Rede São Paulo de formação docente: A estética
e o Belo. Da Estética a Filosofia da Arte. Capitulo 3 disciplina 5 Estética
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