“Por que a moral é inseparável da vida social?”

Questão: “Por que a moral é inseparável da vida social?”

                            A palavra moral vem do latim mos-moris, que significa costumes, e está relacionada às praticas normativas e regras que servem de orientação para o comportamento do indivíduo em sociedade. Essas normas têm como objetivo fazer com que todos os membros de uma determinada sociedade respeitem os valores existentes dentro de sua cultura.
                            A moral é uma construção humana, portanto ela sofre transformações devido às condições oferecidas aos indivíduos, ou seja, as condutas e normas da moral diferem de sociedade para sociedade, não só no tempo e no espaço, mas também por uma questão cultural.
                De acordo com o que foi apresentado no texto: Sobre a conduta moral (parte 1) é possível concluir que, a moral é um contrato natural existente nas sociedades, esse contrato embora não exista materialmente, rege as práticas e as condutas dos indivíduos que vivem em sociedade.
            [...] Aristóteles (384-322 a.C) afirmava que o ser humano é por natureza um ser social, pois para sobreviver, não pode ficar completamente isolado de seus semelhantes [...] (Gilberto Cotrim fundamentos da Filosofia p 316). Viver em sociedade, portanto é um processo natural do ser humano, pois ele só conquistará a felicidade plena e agirá de forma moral se viver em sociedade.
            A organização da sociedade segundo Aristóteles, deve estar de acordo com a natureza humana, e deve ser também determinada nesta sociedade à busca de um bem comum a todos os indivíduos, bem que traga a felicidade, pois esta é para Aristóteles o fim último de todos os seres humanos.
             Segundo Danilo Marcondes (Textos Básicos de Ética): [...] a concepção aristotélica a felicidade está relacionada à realização humana e ao sucesso que se pretende obter, o que só se dá se aquilo que se faz é bem feito, ou seja, corresponde a excelência humana e depende de uma virtude (areté) ou qualidade de caráter que torna possível essa realização [...]. Para conquistar essa felicidade o ser humano deve, portanto, agir de acordo com as regras morais que fazem dele um homem virtuoso, ou seja, aquele que pratica o bem, e praticando o bem de forma virtuosa, realizará o bem não só para si mesmo, mas, também o bem para a sociedade.
                            [...] A cidade ou comunidade política, constituindo-se em algo maior e mais complexo que os indivíduos, tende a um fim perfeito, maior supremo e nobre. Por essa via, indivíduo e sociedade possuem uma identidade de tendências que se resumem em configurar e conquistar a perfeição pela ação constante e pelo raciocínio que propiciam aos seres humanos meios para transformarem as suas potencialidades em ato [...] (Ética aristotélica: finalidade, perfeição e comunidade).                                                            
            As regras existentes dentro de uma sociedade seguem determinadas especificações, ou seja, um conjunto de exigências que devem ser realizadas por todos os membros da sociedade, sendo assim, será estabelecido uma reciprocidade, e respeito e cumprimento das exigências estabelecidas pela sociedade, e isto possibilitará a harmonia no convívio coletivo.
            Dessa forma é possível afirmar que a ética e a moral são os problemas que envolvem a ação, os valores e o julgamento de um individuo em relação a si mesmo e aos demais membros sociedade da qual faz parte, ou seja, as decisões que devemos tomar em nossas ações cotidianas, devem estar relacionadas aos conceitos de bem, mal, justo, injusto, etc..
             A moral é inseparável da vida social, pois, segundo Antonio Trajano: “[...] Se você busca a satisfação de seus interesses individuais sem levar em consideração as adversidades e prejuízos que essa busca inflige a outras pessoas com as quais você se relaciona, seja no circulo familiar ou profissional seja em qualquer outro, você esta agindo de um modo eticamente errado pra com elas [...]” (Sobre a conduta moral parte 1página 26). A partir dessa afirmação é possível concluir  que a busca da satisfação dos nossos desejos, as nossas ações não devem prejudicar afetar direta ou indiretamente outras pessoas, porque se isso ocorrer estaremos agindo em desacordo com a ética e descumprindo as exigências morais de nossa sociedade.
            O filósofo alemão Immanuel Kant afirmava: “Age com base em uma máxima que também possa ter validade como uma lei universal” (Metafísica dos costumes)
            Para finalizar é necessário entender que para viver em sociedade, e buscar a felicidade, o individuo precisa pautar suas ações baseadas em reflexões éticas, utilizando de sua principal característica, ou seja, aquilo que o diferencia dos demais seres vivos, a sua capacidade de pensar e, portanto praticar a virtude aquilo que faz todos os bons homens.
           


Bibliografia:
Textos básicos de ética/ Danilo Marcondes – 2. ed.- Rio de Janeiro: Jorge Zahar  Ed; 2007.
Fundamentos da Filosofia/Gilberto Cotrim, Mirna Fernandes- 1. ed. São Paulo Saraiva
2010
Ética aristotélica: finalidade, perfeição e comunidade. Carlos Eduardo Rodrigues
Dicionário básico de filosofia Danilo Marcondes/ Hilton Japiassú


           




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